v. 9 n. 14 (2025): Educação das Relações Étnico-Raciais e as Religiões de Matriz Africana: caminhos insurgentes

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A Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER), conforme garantida pela Lei
10.639/2003, de um lado abriu um campo de debates e práticas que mobilizam pesquisadores,
educadores e gestores públicos a encarar os silenciamentos e violências históricas sofridas no
passado e que insistem em se atualizar no presente, por outro, este campo amplia modos de
pensar e experimentar possibilidades de existir, de forma mais plural. Nesta direção as
religiões de matriz africana emergem como um campo vivo de saberes, memórias, corpos e
ancestralidade, desafiando a manutenção da colonialidade. A presença dos orixás e
encantados em comunicação direta com o mundo dos vivos, mediados pelos corpos tomados
emprestados, distancia-se da ideia de limitar-se ao campo espiritual, muito pelo contrário,
movimenta-se atualizando uma pedagogia ancestral, que educa tanto o corpo quanto a
palavra. Esse Dossiê é um espaço para a socialização de trabalhos que explorem a riqueza e a
complexidade que se encontram nas interfaces entre a ERER e as religiões de matriz africana.
Interessa-nos pensar o quanto e como a escola, frequentemente pautada por paradigmas
eurocentrados, pode ser dinamizada por outras cosmopercepções. E é nesse ponto que
evocamos Anton Wilhelm Amo, filósofo africano do século XVIII, cuja trajetória é espantosa
para os limitadores de seu tempo, ele não só produz uma reflexão rigorosa, como faz uma
crítica à cisão entre corpo e mente, antecipando uma insurgência que ainda precisa ser
asseverada com mais força: a recusa à noção de corpo como mera extensão, inerte e
colonizável. Convidamos pesquisadoras(es) a contribuir com textos que lancem luz sobre
estes e outros caminhos insurgentes de educação desde o que indica o legado afro-brasileiro.

Publicado: 2025-10-27

Apresentação

Denúncias de um fenômeno que insiste em se atualizar

Vozes que anunciam outras epistemologias e alternativas ontológicas

Vivências e propostas de reencontros e criações na experiência afrodiaspórica