Revisitando a disciplina História da Matemática: justiça social aos conhecimentos matemáticos de povos não eurocêntricos
DOI:
https://doi.org/10.69906/GEPEM.2176-2988.2024.972Palavras-chave:
Lei n.º 10.639/03, Historiografias da Matemática, Nexos conceituais, Conceitos matemáticos, Movimento lógico-históricoResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar alguns dados de uma pesquisa de cunho teórico e qualitativo que revisita as disciplinas de História da Matemática ministradas nos cursos de licenciaturas de Matemática nas universidades federais brasileiras. Tem-se como pressuposto que a justiça social pode ser alcançada, na medida em que a história dos conhecimentos matemáticos de povos não eurocêntricos for considerada nessas disciplinas e, consequentemente, na Educação Básica. Considera-se ainda a necessidade de se relacionar as historiografias da Matemática com a lei n.º 10.639/03 porque a história dos conceitos matemáticos elaborados pelas civilizações não eurocêntricas, dentre elas, as africanas, não são consideradas enquanto possibilidade de se desenvolver atividades de ensino de Matemática. O foco da pesquisa está nos diferentes modos de ver e conceber os conceitos matemáticos dos autores que as escreveram. Chama-se a atenção para o fato de que as historiográficas da História da Matemática descrevem o movimento lógico de fatos históricos que ocorreram em diversos contextos, em determinados tempos e espaços, os quais são sistematizados, de tempos em tempos. Ao estudá-las, futuros professores e professores de matemática podem delinear alguns nexos conceituais (internos e externos) com o intuito de aprofundar os elementos teóricos que fundamentam os conteúdos matemáticos tratados na Educação Básica sem desconsiderar a lei n.º 10.639/03.
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