A Experiência Estética Questionando os Marcadores Sociais Presentes em Atividades-matemáticas de Bases Numéricas e Gêneros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4322/gepem.2023.023

Palavras-chave:

Educação Matemática, Teoria Queer, Marcadores Sociais, Experiências Estéticas, Identidades de gênero

Resumo

Este artigo investiga como ocorre a constituição do conhecimento matemático, por meio de um conjunto de atividades que envolvem bases numéricas e concepções de gêneros. De acordo com a base metodológica qualitativa, a pesquisa teve a sua produção de dados em uma escola estadual da cidade de Porto Alegre, com estudantes do 9º ano do ensino fundamental. Desse modo, sob referencial teórico que aborda a pluralidade de sexualidades e gêneros, coadunando com os movimentos de respeito e de resistência da comunidade LGBTQIA+, analisamos dados que apontam para as experiências estéticas como ocorrência da constituição do conhecimento na realização das atividades. Essa experiências decorreram de várias situações com base na significação de imagens. Cada sentido atribuído a pessoas foi relevante para as/es/os[1] participantes constituírem conhecimento matemático. Também, essa pesquisa mostra que os marcadores sociais existem e são empregados para padronizar pessoas, tomando a ideia de modelos, padrões (im)postos socialmente como um importante foco do pensamento matemático e como meio propício de questionamento e de ampliação de possibilidades.

 

[1] Esse texto revela um posicionamento político de enfrentamento à discriminação de gênero, por isso, como marco desse posicionamento também utiliza o gênero neutro, conforme Cassiano (2019), em sua escrita, pois empodera todas/todes/todos. A nosso ver, não é uma tarefa fácil escrever com gênero neutro, mas é preciso começar.

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Publicado

30-12-2023

Como Citar

LACERDA, M. C. de; ROSA, M. A Experiência Estética Questionando os Marcadores Sociais Presentes em Atividades-matemáticas de Bases Numéricas e Gêneros. Boletim GEPEM, [S. l.], n. 83, p. 306–324, 2023. DOI: 10.4322/gepem.2023.023. Disponível em: https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/874. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Gênero e Educação Matemática