Feminismos negros: a trajetória de uma professora-pesquisadora negra da área de Matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69906/GEPEM.2176-2988.2023.833

Palavras-chave:

mulher negra, feminismos negros, gênero, interseccionalidade, educação matemática no ensino superior

Resumo

O presente artigo tem como objetivo narrar a trajetória profissional de uma professora pesquisadora negra que atua como docente no Departamento de Matemática de uma Instituição de Ensino Superior Pública Federal (IESPF) da região Sul do Brasil. Fez parte das narrativas, questões relacionadas ao racismo estrutural, institucional e sexismo sofridos num local predominantemente branco, eurocêntrico, heteronormativo e patriarcal. O dispositivo analítico foi movimentado a partir da interseccionalidade como teoria social crítica e ancorado em referenciais teóricos negros que tratam das relações interraciais no âmbito institucional-pessoal e dos enfrentamentos nas relações entre pessoas negras e brancas. A partir da narrativa construída foi possível concluir que as instituições são permeadas por atos discriminatórios, o número reduzido de profissionais de pele não branca em ambientes de alta escolaridade, como universidades e centros de pesquisa, perpetuam o racismo estrutural e institucional arraigado na sociedade brasileira. Os profissionais, de pele não branca, quando ascensionados a essas posições, são relegados a posição de párias e intrusos entre seus pares, tornando sua permanência um constante sofrimento físico e psíquico.

Biografia do Autor

Elenilton Vieira Godoy, Universidade Federal do Paraná

Doutor Elenilton Vieira Godoy (USP), 2011. Professor Adjunto C, Departamento de Matemática da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. Centro Politécnico UFPR. R. Evaristo F. Ferreira da Costa, 408 - Jardim das Américas, Curitiba - PR, 81530-015.

Referências

ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. 264 p. (Feminismos Plurais).

BAMBIRRA, N. V.; LISBOA, T. K. “Enegrecendo o feminismo”: a opção descolonial e a interseccionalidade traçando outros horizontes teóricos. Revista Ártemis, v. 27, n. 1, p. 270-284, 11 jul. 2019. Portal de Periódicos UFPB.

BENTO, C. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

BORGES, R. et al. Introdução ao pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo, 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Censo do Ensino Superior. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior, acesso em 07 de janeiro de 2021.

CARNEIRO, S. Racismo, Sexismo e Desigualdade Social no Brasil. 7. ed. São Paulo: Selo Negro, 2011. 190 p.

COLLINS, P. H. Bem mais que ideias: a interseccionalidade como teoria social crítica. São Paulo: Boitempo, 2022. 422 p.

COLLINS, P. H.; BILGE, S. O movimento das mulheres negras no Brasil. In: KOLLONTAI, A. et al (org.). Introdução ao pensamento feminista negro: por um feminismo para os 99%. São Paulo: Boitempo, 2021. p. 110.

DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, 244p.

DEVULSKY, A. Colorismo. São Paulo: Jandaíra, 2021. 208 p. (Feminismos Plurais).

FANON, F. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: Edufba, 2008. 194 p.

FERREIRA, L. Menos de 3% entre docentes da pós-graduação, doutoras negras desafiam racismo na academia. 2019. Disponível em: https://www.geledes.org.br/menos-de-3-entre-docentes-da-pos-graduacao-doutoras-negras-desafiam-racismo-na-academia/. Acesso em: 01 jul. 2021.

FIELDS, K. E.; FIELDS, B. J. Racecraft: the soul of inequality in American life. London: 2014.

FREIRE, S. Análise de Discurso: procedimentos metodológicos. São Paulo: Instituto Census: Educação e Gestão do Conhecimento, 2014. 57 p.

GOMES, N. L. Libertando-se das Amarras: reflexões sobre gênero, raça e poder. Currículo Sem Fronteiras, v. 19, n. 2, p. 602-627, 15 set. 2019. Currículo sem Fronteiras.

JOVCHELOVITCH, S.; BAUER, M. W. Entrevista narrativa. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. (org.). Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2021. Cap. 4. p. 90-113.

RIBEIRO, D. Lugar de Fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. 112 p. (Feminismos Plurais).

SOUZA, N. S. Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. 171p.

Downloads

Publicado

30-12-2023

Como Citar

DE SOUZA, C. R.; VIEIRA GODOY, E. Feminismos negros: a trajetória de uma professora-pesquisadora negra da área de Matemática. Boletim GEPEM, [S. l.], n. 83, p. 122–137, 2023. DOI: 10.69906/GEPEM.2176-2988.2023.833. Disponível em: https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/833. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Gênero e Educação Matemática