Educação Matemática, um bem comunitário? Resistindo à normalização e a hegemonia do simbólico

Autores

  • Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes Universidade Anhanguera de São Paulo
  • Lulu Healy King's College London

DOI:

https://doi.org/10.4322/gepem.2020.015

Palavras-chave:

Educação Matemática Inclusiva, Afeto, Deficiência

Resumo

Os estudos desenvolvidos pelo programa de pesquisas Rumo à Educação Matemática Inclusiva centram-se em ambientes educacionais que contam com a presença de alunos com desenvolvimento não típico, seja por implicações cognitivas, sensoriais, físicas ou sociais. Neste artigo, apresentam-se alguns aspectos teóricos que foram agregados aos aportes teóricos a partir das análises de estudos realizados, por mais de uma década, com aprendizes diferentemente eficientes. Os pontos levantados aqui se aproximam de quatro temas recorrentes, apontados como “desafios a serem superados” por alunos e professores, envolvidos na inclusão de alunos que são o público-alvo da Educação Especial – a normatização, as estruturas do sistema educacional, a hegemonia do simbólico e a interdependência. Na última parte do artigo, apresentam-se excertos de entrevistas realizadas com professores e alunos, que indicam o posicionamento assumido pelo grupo de pesquisa.

Referências

BOOLE, M. E. A Boolean anthology: selected writings of Mary Boole on mathematical education. Compilado por D. G. Tahta. ATM: Derby, 1972.

BOOLE, M. E. Philosophy and Fun of Algebra. London; C. W. Daniel, 1909. Disponível em http://www.gutenberg.org/ebooks/13447. Acesso em: jan. 2020.

BOOLE, M. E. The preparation of the child for science. Oxford. Clarendon Press. 1904. Disponível em https://archive.org/details/preparationofchi00boolrich/page/12. Acesso em: jan. 2020.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em; https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_05.10.1988/ind.asp. Acesso: fev. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio. Acesso em: mar. 2020.

BORGIOLI, G. M. A critical examination of learning disabilities in mathematics; Applying the lens of abelism. Journal of Thought, v.43, n. 12, p. 131-147, 2008.

BUTTERWORTH, B.; VARMA, S.; LAURILLARD, D. Dyscalculia: from brain to education. Science, v. 332, n. 6033, p. 1049-1053, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1126/science.1201536. Acesso em: mar. 2020.

COLES, A.; SINCLAIR, N. Re-Thinking ‘Normal’ Development in the Early Learning of Number. Journal of Numerical Cognition, v. 4, n.1, p. 136-158, 2018.

FINESILVER, C. Low-attaining students' representational strategies: tasks, time, efficiency and economy. Oxford Review of Education. v.43, n. 4, p. 482-501, 2017.

GERVASONI, Ann; LINDENSKOV, Lena. Students with ‘Special Rights’ for Mathematics Education. In: ATWEH, B.; GRAVEN, M.; SECADA, W. P. (Eds.). Mapping Equity and Quality in Mathematics Education. Netherlands: Springer, 2011. p.307-323.

GIROUX, H. A. Escola crítica e a política cultural. Trad. Dagmar M. Ribas, 3ed. São Paulo: Cortez/ Autores Associados, 1992.

HALL, M. C. Critical Disability Theory. In: ZALTA, Edward N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2019 Edition). Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/win2019/entries/disability-critical/. Acesso em: fev. 2020.

HEALY, L; FERNANDES, S. H. A. A.; FAUSTINO, T. Colaborações entre professores e pesquisadores voltados para a construção de uma educação matemática inclusiva. In: DÖRR, Raquel Carneiro; PINA NEVES, Regina da Silva (Org.). Cenários de Pesquisa em Educação Matemática. 1ªed.São Paulo: Paco Editorial, 2020, p. 73-94.

HEALY, L.; POWELL, A. B.. “Understanding and Overcoming “Disadvantage” in Learning Mathematics.” In: CLEMENTS, M.; BISHOP, A.; KEITEL, C.; KILPATRICK, J.; LEUNG, F. (Org.) Third International Handbook of Mathematics Education, Springer International Handbooks of Education, v. 27. p. 69-100. Springer, New York, NY. 2013.

MEEKOSHA, H; SHUTTLEWORTH, R. What's so ‘critical’ about critical disability studies? Australian Journal of Human Rights. v. 15. p. 47-75- Issue 1: Special Issue on Human Rights and Disability, 2009. DOI: 10.1080/1323238X.2009.11910861.

MLADENOV, T. Disability and social justice, Disability & Society, v.31, n.9, p. 1226-1241, 2016. DOI: 10.1080/09687599.2016.1256273.

NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL - ONU BR. 17 Objetivos para transformar o mundo. 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/. Acesso em: fev 2020.

NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL - ONU BR. A Agenda 2030. 2020. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030. Acesso em: fev. 2020.

OLIVEIRA, M. K. de. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LA TAILLE, Yves J. J. M. R. de; OLIVEIRA, Marta K. de; PINTO, Heloysa D. de S. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 2000.

PARADELLA, R. Acesso à educação ainda é desigual. Editoria: Séries Especiais. Constituição Cidadã: 30 anos depois. 2018. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/22842-acesso-a-educacao-ainda-e-desigual. Acesso em: fev. 2020.

ROTH, W.-M.; RADFORD, L. A cultural historical perspective on teaching and learning. Rotterdam: Sense Publishers. 2011.

ROTH, W.-M.; WALSHAW, M. Affect and emotions in mathematics education: toward a holistic psychology of mathematics education. Educational Studies in Mathematics, v. 102, p.111–125. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10649-019-09899-2 Acesso em: fev. 2020.

SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO. São Paulo. Corpo e Movimento: Desafiando as Diferenças. São Paulo: SESC São Carlos. 2003.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Org. Michael Cole, et al. Tradução José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas – I. El significado histórico de La crisis de La Psicología. Tradução José María Bravo, 1991. Madrid: Cofás, S.A. Móstoles. 2013.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas – III. Problemas Del desarrollo de La psique. Tradução Lydia Kuper, 1995. Madrid: Cofás, S.A. Móstoles. 2012.

VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução Paulo Bezerra. 2ª Ed. São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2009.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas – VI. Herencia científica. Madrid: Cofás, S.A. Móstoles. 2017.

VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas – V. Fundamentos de defectología. Tradução Julio Guilhermo Blank. Madrid: Gráficas Rógar. Navalcarnero. 1997.

Downloads

Publicado

01-01-2020

Como Citar

AHMAD ALI FERNANDES, S. H. .; HEALY, L. . Educação Matemática, um bem comunitário? Resistindo à normalização e a hegemonia do simbólico. Boletim GEPEM, [S. l.], n. 76, p. 202–220, 2020. DOI: 10.4322/gepem.2020.015. Disponível em: https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/206. Acesso em: 18 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos