Reflexões Sobre a Noção de Objetividade nas Ciências e na Matemática

Autores

  • Fabiana Chagas de Andrade Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

DOI:

https://doi.org/10.4322/gepem.2018.013

Palavras-chave:

Objetividade, Epistemologia da Ciência, Sociologia da Matemática

Resumo

Neste ensaio teórico tecem-se algumas considerações sobre a noção de objetividade na ciência, de acordo com o atual significado do termo atribuído a Kant, a partir de algumas ideias da história, da psicologia e da sociologia da ciência à luz do referencial teórico de Fleck (2010), Bloor (2009), Latour e Woolgar (1997) e Daston (1999). Desde a década de 20, quando a concepção dominante adivinha das ideias defendidas pelo Círculo de Viena, a epistemologia da ciência vem sendo analisada por vários teóricos. A principal mudança nessa concepção foi a importância atribuída a fatores sociais e culturais no desenvolvimento da ciência e em um de seus aspectos, que faço uma breve análise: a objetividade. Explico a origem do termo e a mudança de significado a partir de Kant para, em seguida, construir uma breve abordagem histórica e, enfim, analisar as características da objetividade e seu papel na ciência. Por fim, busco compreender seu papel especificamente na matemática e entendo que ela nem sempre implica em uma verdade, que há possibilidade de existência de outras matemáticas e que a noção de subjetividade é também um componente na construção do conhecimento matemático. Tal estudo pode contribuir para repensar a forma como a matemática ainda é ensinada nas escolas.

Referências

BICUDO, M. A. V.; GARNICA, A. V. M. Filosofia da Educação Matemática. Autêntica, 2011.

BLOOR, D. Conhecimento e imaginário social. Trad. Marcelo do Amaral Penna–Forte. São Paulo: Editora Unesp. 1 ed.,1976. 2009.

DASTON, L. As imagens da objetividade: a fotografia e o mapa. Ed. GIL, Fernando. A ciência tal qual se faz. Lisboa: Sá da Costa, 1999.

FLECK, L. Gênese e desenvolvimento de um fato científico. Trad. Georg Otte e Mariana Camilo de Oliveira. Belo Horizonte: Fabrefactum. 1.ed., 1935. 2010.

FRANKLIN, A. Os papeis da experiência. In: A ciência tal qual se faz. Ed. GIL, Fernando. 305-327. Porto: João Sá da Costa Lisboa, 1999.

FREGE, G. The foundations of Arithmetic. (traduzido por J. L. Austin). Oxford: Blackwell, 1959.

GARDIES, J. Demonstração e verdade. In: A ciência tal qual se faz. Ed. GIL, Fernando. 287-304. Porto: João Sá da Costa Lisboa, 1999.

LATOUR, B.; WOOLGAR, S. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Trad. Angela R. Vianna. Rio de Janeiro: Relume Dumará. 1ed. 1988. 1997

MACHADO, N. J. Matemática e realidade. São Paulo: Cortez, 2009.

VIEIRA, N. Para uma abordagem multicultural: o Programa Etnomatemática. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, n.11, p.163-168, 2008. Disponível em <https://bit.ly/2QAbI2E>. Acesso em 10. Mar. 2018.

SKOVSMOSE, O. Educação Crítica. Incerteza, Matemática, Responsabilidade. Trad. M. A. V Bicudo. São Paulo: Cortez, 2007.

Downloads

Publicado

01-06-2018

Como Citar

ANDRADE, F. C. de. Reflexões Sobre a Noção de Objetividade nas Ciências e na Matemática. Boletim GEPEM, [S. l.], n. 73, p. 4–14, 2018. DOI: 10.4322/gepem.2018.013. Disponível em: https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/156. Acesso em: 21 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos