Trabalho coletivo e auto-organização
resistência à contrarreforma do Ensino Médio no campo
DOI:
https://doi.org/10.29404/rtps-v8i13.779Palavras-chave:
Contrarreforma, Ensino Médio, Educação do Campo, AgroecologiaResumo
O artigo é uma excerto dos resultados da pesquisa realizada na Escola de Ensino Médio do Campo Florestan Fernandes (EEMFF), no Assentamento Santana, município de Monsenhor Tabosa, Ceará. Objetiva-se compreender os limites que a contrarreforma do Ensino Médio impõe ao trabalho como princípio educativo pautado na matriz formativa da Agroecologia. Foram realizadas rodas de conversas virtuais com educadores/as da EEMFF que atuam no Novo Ensino Médio, assim como análise documental do Projeto Político Pedagógico da EEMFF. Recorreu-se, ainda, aos autores/as que analisam os documentos normativos do Novo Ensino Médio e aqueles que tratam das especificidades da instituição de ensino investigada. O trabalho coletivo e a Auto-organização dos estudantes têm sido alternativas de resistência à contrarreforma do Ensino Médio, na medida em que o trabalho viabiliza a construção do conhecimento agroecológico.
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