Fruição de atividades gratuitas de lazer por trabalhadores desempregados no SESC Juazeiro do Norte (CE)
DOI:
https://doi.org/10.29404/rtps-v7i12.e-608Palavras-chave:
Educação Física, Desemprego, Lazer, Saúde do TrabalhadorResumo
Trata-se de uma pesquisa básica, descritiva e dialética desenvolvida no Serviço Social do Comêrcio (SESC), Unidade Juazeiro do Norte (CE), cujo objetivo geral foi analisar o impacto do desemprego na vida dos trabalhadores e os benefícios do lazer gratuito para minorar os problemas físicos e psíquicos decorrentes da falta de renda. Foi aplicado um questionário semiestruturado aos participantes em situação de desemprego (15 pessoas) matriculados nas duas turmas de Cross Training existentes (por ser a atividade mais procurada pelo público). Os dados sociodemográficos foram sistematizados de forma quantitativa e a percepção dos entrevistados interpretada de forma qualitativa (análise de conteúdo - Bardin). Os resultados evidenciaram que o desemprego gera esgotamento físico e mental, ao passo em que o lazer gratuito contribui parcialmente para atenuar estes problemas.
Referências
ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasilense, 1992.
ÁLVARO, J. L. Desempleo y bienestar psicológico. Madrid: Siglo XXI, 1992.
ANTUNES, R. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. Ed 8. Campinas: UNICAMP - São Paulo: Cortez, 2002.
ANTUNES, R. O avesso do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
ANTUNES, R.; ALVES, G. As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Educação & Sociedade [online]. 2004, v. 25, n. 87 Acesso em: 10/02/2022, pp. 335-351. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000200003.
ANTUNES, R.; PRAUN, L. A sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serviço Social & Sociedade [online]. 2015, v. 00, n. 123, pp. 407-427. DOI: https://doi.org/10.1590/0101-6628.030.
AQUINO, C. A. B.; MARTINS, J. C. O. Ócio, lazer e tempo livre na sociedade do consumo e do trabalho. Rev. Mal-Estar Subj., Fortaleza, v. 7, n. 2, p. 479-500, set. 2007. Acesso em 11/02/2022. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482007000200013&lng=pt&nrm=iso.
ARGOLO, J. C. T.; ARAÚJO, M. A. D. O impacto do desemprego sobre o bem-estar psicológico dos trabalhadores da cidade de Natal. Revista de Administração Contemporânea [online]. 2004, v. 8, n. 4. Acesso em: 11/02/2022. pp. 161-182. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552004000400009.
AUCHER, L.; BARNIER, F. L’entreprise de dépossession: entretien avec Daniéle Linhart. La Vie des Idées, 2015. Acesso em: 11/02/2022. Disponível em: http://www.laviedesidees.fr/Lentreprise- de-depossession-3054.html.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1977.
BASTOS, A. V. B.; PINHO, A. P. M.; COSTA, C. A. Significado do trabalho: um estudo entre trabalhadores inseridos em organizações formais. Revista de Administração de Empresas [online], v. 35, n. 6. pp. 20-29, 1995. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000600004 .
BORGES, A. Impactos do desemprego e da precarização sobre famílias metropolitanas. Revista Brasileira de Estudos de População [online], v. 23, n. 2, pp. 205-222, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-30982006000200002.
BRASIL. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Brasília, DF: Congresso Nacional, [2016]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html. Acesso em 02/04/2021.
CALDAS, J. C., SILVA, A. A., CANTANTE, F. As consequências socioeconômicas da COVID-19 e a sua desigual distribuição. Lisboa: COLABOR Ebooks, 2020.
COSTA, M. S. Trabalho informal: um problema estrutural básico no entendimento das desigualdades na sociedade brasileira. Caderno CRH [online]., v. 23, n. 58, pp. 171-190, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-49792010000100011.
DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.
DIECKERT, J. Esporte de lazer: tarefa e chance para todos. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,1984.
DRUCK, G. Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios?. Caderno CRH [online], v. 24, n. 1, pp. 37-57, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-49792011000400004.
DUMAZEDIER, J. Sociologia empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva, 1999.
DURKHEIM, E. O suicídio: um estudo sociológico. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.
DUTRA, F. C. M. S.; COSTA, L. C.; SAMPAIO, R. F. A influência do afastamento do trabalho na percepção de saúde e qualidade de vida de indivíduos adultos. Fisioterapia e Pesquisa [online], , v. 23, n. 1, pp. 98-104, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-2950/14900923012016.
ENRIQUEZ, E. Perda do trabalho, perda da identidade. Cadernos da Escola do Legislativo, 1999, v. 5, n. 9, pp. 53-73. Acesso em: 11/02/2022. Disponível em: https://cadernosdolegislativo.almg.gov.br/ojs/index.php/cadernos-ele/article/view/271
FERREIRA, M. C. Qualidade de Vida no Trabalho: uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores. LP&A: Brasília/DF, 2011. Disponível em: http://ergopublic.com.br/arquivos/1359392512.36-arquivo.pdf
FIGUEIREDO, V. C. N.; NASCIMENTO, B. R. Sofrimento psíquico-social de mulheres desempregadas no contexto de trabalho precarizado. Estudos do Trabalho, n. 8, v. 15. 2015. Disponível em: http://www.estudosdotrabalho.org/RRET%2015%2003.pdf, acesso em 22/08/2022.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o ensino médio. In: RAMOS, M. N.; FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. (Org.). Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
FURTOS, J. Les effets cliniques de la souffrance psychique d'origine sociale. Mental'idées, 2007, n. 11, pp. 24-33. Disponível em: https://www.orspere-samdarra.com/wp-content/uploads/2021/01/Les_effets_cliniques_de_la_souffrance_psychique_d_origine_sociale-J_Furtos_Sept.2007.pdf , Acesso em: 12/02/2022
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Pesquisa de orçamentos familiares: perfil das despesas no Brasil – indicadores relacionados (2017-2018). Rio de Janeiro, IBGE, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101761.pdf
KURY, F. O. C. O trabalho ante a desafiadora sociedade pós-industrial (Os Fogos de Santelmo). Dissertação (Mestrado em Direito), Universidade de Caxias do Sul. Caxias do Sul, p. 261. 2007.
LOPES, C. M. S. Direito do trabalho da mulher: da proteção à promoção. Cadernos Pagu [online]., n. 26, pp. 405-430, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332006000100016.
MACHADO, F. A. Cross Training. 1 ed. São Paulo: Ícone, 2018.
MARINGONI, G. A longa jornada dos direitos trabalhistas. Desafios do Desenvolvimento. Brasília: IPEA, 2013. Ano 10. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2909:catid=28&Itemid=23 . Acesso em: 20/09/2018
MARCELLINO, N. C. Lazer e cultura: algumas aproximações. In: MARCELLINO, N. C. (Org.) Lazer e cultura. Campinas: Alínea, 2007.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Academias de ginástica como opção de lazer. R. Bras. Ci. e Mov, 2003, Brasília, v. 11 n. 2 p. 49-54. Disponível em:< http://www.cdof.com.br/ARTIGOS/DIVERSOS/Academias%20de%20gin%E1stica%20como%20op%E7%E3o%20de%20lazer.pdf . Acesso em: 12/02/2022
MARX, K. Teses Sobre Feuerbach. In: MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Ed. 3, São Paulo, Ciências Humanas, 1982.
MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28 ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Ed. 7. Florianópolis: Ed. do Autor, 2017.
NASCIMENTO, A. M. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Saraiva, 1999.
NAVARRO, V. L.; PADILHA, V. Dilemas do trabalho no capitalismo contemporâneo. Psicologia & Sociedade [online]., v. 19, n. spe., pp. 14-20, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000400004.
OLIVEIRA, C. B. Sobre lazer, tempo e trabalho na sociedade de consumo. Revista Digital, Buenos Aires, ano 11, n. 97. 2006. Disponível em:< https://www.efdeportes.com/efd97/trabal.htm, acesso em: 11/02/2022.
OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. (Orgs.) Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
PAGANO, D. R. Desemprego, família e estratégias de enfrentamento: um estudo sobre os efeitos psicológicos e emocionais do desemprego em trabalhadores e seus familiares. Monografia (Graduação em Psicologia). Universidade de Taubaté – UNITAU, São Paulo, 67f, 2020.
PAULO NETTO, J. Crise do capital e consequências societárias. Serviço Social & Sociedade [online]., n. 111, pp. 413-429, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-66282012000300002.
PINHEIRO, L. R. S.; MONTEIRO, J. K. Refletindo sobre desemprego e agravos à saúde mental. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 35-45, dez. 2007. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172007000200004&lng=pt&nrm=iso . Acesso em: 11/02/2022
POCHMANN, M. Desempregados do Brasil. In.: ANTUNES, R. (Org.), Riqueza e miséria do trabalho no Brasil, São Paulo: Boitempo, 2006, pp. 59-73
POCHMANN, M. Ajuste econômico e desemprego recente no Brasil metropolitano. Estudos Avançados [online], v. 29, n. 85, pp. 7-19, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142015008500002.
POCHMANN, M. O trabalho no Brasil pós-neoliberal. Brasília: Líber, 2011.
REQUIXA, R. O lazer no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1980.
SANTOS, D. M. Z. Flexibilização das normas trabalhistas no Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade de Caxias do Sul: Caxias do Sul, 2005. Disponível em: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/267, acesso em 22/08/2022.
SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação [online]., v. 12, n. 34, Acesso em: 10/02/2022, pp. 152-165, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782007000100012.
SCHMIDT, M. L. G.; JANUÁRIO, C. A. R. M.; ROTOLI, L. U. M. Sofrimento psíquico e social na situação de desemprego. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, v. 21, n. 1, p. 73-85, jun. 2018 . Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172018000100006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 19/02/2022
SESC. Serviço Social do Comércio: Departamento Nacional. Programa de Comprometimento e Gratuidade: normas gerais. Rio de Janeiro: SESC Departamento Nacional, 2018. Disponível em: http://transparencia.ms.sesc.com.br/uploads/midia/ms/normas-gerais-programa-de-comprometimento-e-gratuidade.pdf, acesso em: 14/02/2022.
SILVA, M. A. Aporte histórico sobre os direitos trabalhistas no Brasil. Ser Social. Brasília, v. 22, n. 46, janeiro a junho de 2020. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/download/23516/25142/64196 , acesso em 22/08/2022.
SOARES, R. V.; ARAÚJO, L. B. de C. Trabalho e educação: dos fundamentos ontológicos às possibilidades de emancipação. In.: VIII JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Anais... Universidade Federal de Pernambuco, 2017. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo13/trabalhoeeducacaodosfundamentosontologicosaspossibilidadesdeemancipacao.pdf , acesso em 22/08/2022.
TUMOLO, L. M. S.; TUMOLO, P. S. vivência do desemprego: um estudo crítico do significado do desemprego no capitalismo. Trabalho, Educação e Saúde [online]., v. 2, n. 2, pp. 327-344. 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S1981-77462004000200007.
VASCONCELOS, Z. B.; OLIVEIRA, I. D. (Orgs.) Orientação vocacional: alguns aspectos teóricos, técnicos e práticos. São Paulo: Vetor, 2004.
WERLANG, R.; MENDES, J. M. R. Sofrimento social. Serviço Social & Sociedade [online]., n. 116, pp. 743-768, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-66282013000400009.
