O afeto e a idade média

Questões sobre os sentimentos interpessoais e a “herança medieval”

Autores

  • Marcelo Berriel UFRRJ

Palavras-chave:

História medieval, Neomedievalismo, História do afeto, Decolonialidade

Resumo

Este artigo aborda questões teóricas e historiográficas relacionadas ao estudo do afeto na Idade Média, problematizando os seus limites, bem como a relação do Brasil contemporâneo com os elementos medievais que supostamente foram herdados por nossa sociedade. Em um primeiro momento, discute-se os limites das pesquisas acerca das emoções na Idade Média esclarecendo sobre a importância em distinguir os ideais de amor e afeto daquilo que efetivamente podemos saber sobre as sociedades medievais. Em seguida, são abordadas questões referentes à chamada “herança medieval” brasileira a partir de uma perspectiva crítica baseada nos estudos decoloniais. Conclui-se que, a despeito dos avanços da história das emoções, as poucas certezas que temos sobre os afetos em tempos medievais indicam a necessidade de renovar as abordagens dos elementos supostamente medievais em nossa cultura e em nossa maneira de sentir. Por fim, associa-se a necessidade de descolonizarmos nosso conhecimento baseado na narrativa histórica eurocêntrica com uma proposta de descolonização também de nossos sentimentos. 

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Publicado

2025-08-09

Edição

Seção

Dossiê:Etnicidades, (des)razões do amor econtracolonização das relações afetivas