SABEDORIAS INSURGENTES E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
o Ilê de Odé como território de memória, luta e aprendizagem descolonial
Palavras-chave:
Memória; Ancestralidade, Sabedorias, Terreiros de Religiões de Matriz Africana, Formação de ProfessoresResumo
A colonialidade do saber e do poder segue operando no tecido da sociedade
brasileira, sustentando lógicas de exclusão, silenciamento e negação dos
saberes produzidos por sujeitos e coletividades historicamente marginalizados.
Este artigo parte do reconhecimento dos terreiros de religião de matriz africana
como territórios que carregam práticas educativas/pedagógicas e formativas
insurgentes, onde práticas éticas, culturais e epistemológicas afrodiaspóricas
são atualizadas como formas vivas de resistência e criação. No diálogo fértil
através de entrevistas com um Babalorixá do Ilê de Odé, na região
metropolitana de Porto Alegre, buscamos aproximações ao campo da educação,
enfatizando interfaces nos processo formativos de educadores da educação
básica. Lançamos mão da reflexão estimulada pela perspectiva descolonial para
amparar e orientar a construção analítica. A análise proposta considera a
urgência de práticas pedagógicas fundadas no reconhecimento da cultura negra
como eixo formador, e não como adereço curricular, ou ainda, como mera
expressão do exótico. Ao tensionar a racionalidade eurocêntrica que ainda
atravessa a formação docente, o trabalho propõe a valorização de
epistemologias pautadas em sabedorias ancestrais como fundamento para o
reencantamento da formação docente. Com este estudo, buscamos contribuir
para a construção de perspectivas formativas mais enraizadas, plurais e
comprometidas com a justiça racial e epistêmica, em consonância com o que
preconiza a Lei 10.639/03.
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