GEOGRAFIAS DO RACISMO AMBIENTAL
O caso da Nação Xambá, Olinda – PE
Palavras-chave:
Racismo Ambiental, Justiça Socioambiental, Nação Xambá, Políticas PúblicasResumo
Este estudo analisa a materialização do racismo ambiental nas políticas públicas
ambientais e de desenvolvimento urbano implementadas no bairro de São
Benedito, em Olinda-PE, com ênfase no Terreiro Santa Bárbara, da Nação Xambá
– Ilê Axé Oyá Meguê. A pesquisa investiga os impactos do racismo ambiental nas
dimensões socioambientais e suas interferências nas práticas religiosas e nas
representações culturais da comunidade. Como referencial teórico, foram
utilizados os conceitos de Malcom Ferdinand sobre racismo ambiental e a
perspectiva de Antônio Bispo dos Santos sobre a centralidade da natureza para
as comunidades quilombolas. A metodologia adotada foi qualitativa, com caráter
exploratório e explicativo, fundamentada em pesquisa bibliográfica e na
realização de entrevistas com doze membros da comunidade, entre jovens,
anciãos e o babalorixá do Terreiro. Os resultados apontam que a ausência de
políticas públicas adequadas tem provocado transformações significativas no
modo de vida coletivo, interferido nas atividades religiosas e culturais, e
intensificado a degradação ambiental do entorno, especialmente do rio Beberibe.
A negligência histórica por parte das autoridades públicas, tanto estaduais
quanto municipais, evidencia a presença estrutural do racismo ambiental,
comprometendo a dignidade territorial, a preservação do patrimônio simbólico e
a continuidade das práticas tradicionais da Nação Xambá.
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