Afetos em movimento

Mulheres negras e as (re)configurações de amor e cuidado

Autores

Palavras-chave:

Amor, Cuidado, Mulheres Negras, Relações Afetivas

Resumo

Este trabalho discute os significados de amor e cuidado nas relações afetivas e amorosas de mulheres negras, a partir de referências do feminismo negro e de afroperspectivas. Parte da análise qualitativa de temáticas que emergem de narrativas de mulheres negras docentes, cujas entrevistas integram uma pesquisa de doutorado em andamento. Os resultados indicam que essas mulheres negras vêm se empenhando em um movimento que desafia estereótipos desqualificantes, como o de antimusa, que limitam seu acesso ao amor e ao cuidado. Assim, apontamos suas agências em rechaçar um ideal de relação e/ou de vivência amorosa individualizante e pálido. Esse movimento, enraizado em experiências de resistência, busca romper com a visão da mulher negra como figura subalterna, forte e sem afeto, apostando em uma afetividade concreta, em que o amor e o cuidado surgem a partir da reciprocidade, do respeito, do acolhimento cotidiano, ancorando-se na coletividade e no autocuidado. Por fim, considera-se que, ao estabelecer relações afetivas que validam seus afetos e cultivam a valorização do bem-viver coletivo, o amor se configura como ato de re-existência e de manutenção subjetiva e comunitária.

Biografia do Autor

Helda da Silva Moreira Roque, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Lucineia Chrispim Pinho Micaela, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

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Publicado

2025-08-09

Edição

Seção

Dossiê:Etnicidades, (des)razões do amor econtracolonização das relações afetivas