A produção literária ludoétnica "A moqueca das Marias", no bairro São Bento das Lajes - SFC: uma prática pedagógica decolonial

Autores

Resumo

Este artigo discute a produção literária por crianças como uma prática pedagógica decolonial, à luz dos estudos de etnicidade de Fredrik Barth, e apresenta estratégias para sua implementação em contextos educacionais. A partir de uma abordagem etnográfica, analisamos como a produção literária pode ser uma ferramenta valiosa para promover a descolonização do pensamento e da educação, ao mesmo tempo em que valoriza a cultura local e fomenta a inclusão e a diversidade. O estudo tem como base uma experiência pedagógica desenvolvida com estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental I, na Escola Maria das Dores Alves, em São Francisco do Conde (BA), cuja proposta culminou na construção coletiva do livro A Moqueca das Marias. A atividade envolveu processos de escuta, autoria e criação coletiva, articulando múltiplas linguagens — oral, escrita, artística e performática — por meio de metodologias participativas. Os estudantes produziram textos, ilustrações, uma peça teatral e um samba inspirados na narrativa construída, revelando o potencial da produção literária ludoétnica como estratégia de resistência, de fortalecimento identitário e de transformação das relações étnico-raciais no ambiente escolar.

Biografia do Autor

Flavia Querino da Silva, Rede Municipal de Ensino de São Francisco do Conde (BA)

Flavia Querino da Silva é mestra em Relações Étnicas e Contemporaneidade (2017) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus Jequié. É graduanda em História pela UNIJORGE (2024) e pós-graduanda em Docência do Ensino de História e Geografia pela Faculdade Campos Elíseos – FCM (2024).

É especialista em Psicopedagogia Transdisciplinar (Clínica, Hospitalar e Institucional) pelo Instituto Superior de Educação Oriente – ISEO, Itabuna (2013), e graduada em Pedagogia pela União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME), também em Itabuna (2013).

Atua como professora efetiva da Rede Municipal de Ensino de São Francisco do Conde (BA), lotada na Escola Duque de Caxias, com experiência no Ensino Fundamental I. Desenvolve sua prática com foco na valorização das relações étnico-raciais e nas metodologias de ensino críticas e inclusivas.

Reside e atua na cidade de São Francisco do Conde, Bahia, Brasil.

Emily Alves Cruz Moy, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Emily Alves Cruz Moy é mestra em Relações Étnicas e Contemporaneidade (2016) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). É especialista em Gestão Escolar (2025), Gestão Pública Municipal (2024), e Antropologia com ênfase em Culturas Afro-Brasileiras (2014). Graduada em Pedagogia (2024) pelo Centro Universitário Estácio e em Administração (2012) pela Faculdade Integrada Euclides Fernandes.

Atua como servidora efetiva da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, na função de Secretária da Gerência Administrativa de Jequié – GAD/JQ. Desenvolve pesquisas nas áreas de relações étnico-raciais, educação, memória e identidade cultural, com foco em comunidades quilombolas e saberes ancestrais. É integrante dos grupos de pesquisa “Educação e Relações Étnicas: saberes e práticas dos Legados Africanos, Indígenas e Quilombolas” e do GEPREEG – Grupo de Estudos em Pedagogias, Racialidades, Educação, Etnicidades e Gênero.

Reside e atua em Jequié, Bahia, Brasil.

Fabrício de Sena Ferreira, Rede Municipal de Ensino de São Francisco do Conde (BA)

Fabricio de Sena Ferreira é mestre em Arqueologia e Patrimônio Cultural (2023) pelo Programa de Pós-Graduação em Arqueologia e Patrimônio Cultural (PPGAP) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na área de concentração em Arqueologia. É licenciado em História (2019) e bacharel em Humanidades (2016) pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Possui também formação em Pedagogia pelo Centro Universitário Jorge Amado.

É especialista em Segurança Alimentar e Nutricional (2021) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e em Gestão de Turismo pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Atua como pesquisador nas áreas de História da Bahia e Arqueologia dos povos originários, com foco nas culturas tradicionais e no patrimônio arqueológico.

Atua no estado da Bahia, Brasil.

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Publicado

2025-08-09